sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Um olhar sobre as crianças.

Atendendo a pedidos, algumas fotos que bati das crianças cambojanas. Lindos pequenos de expressão forte no olhar... 








Angelina, I understand you.


Fotos: Andrea Bessa

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Entre templos e leite de coco.

Ele já foi uma das maiores potências da Ásia. Já dominou grandes exércitos, fortalezas, templos e reis. Já foi também dominado por franceses e viu seu povo ser assolado por guerras e por uma ditadura rígida que destruiu a economia e quase pôs fim à sua história e cultura. Hoje, vive uma democracia e tenta se reerguer, com uma economia baseada em agricultura e turismo. Sejam bem vindos ao Camboja - um dos lugares mais incríveis que já vi em toda minha vida! 


A coisa mais óbvia a se dizer sobre o Camboja é que é QUENTE. Muito, muito quente. Nunca se esqueça de ter uma garrafinha de água( e, se quiser, uma sombrinha) sempre à mão. Em Siem Reap, procure ficar hospedado em algum hotel próximo à Pub Street - que é onde se encontra a maioria dos bares, restaurantes e lojinhas, além do Night Market da cidade - local em que você pode encontrar de artesanato a comida e, como eu, enlouquecer com tanta coisa interessante e com um precinho inacreditável - aliás, como tudo nessa região barata da Ásia. 







Mesmo após um dia de passeio, não deixe o cansaço te abater! Saia pelas ruas da região e não deixe de provar da exótica culinária local, cujo menu inclui frog legs, churrasco de jacaré, cobra e canguru e o prato mais popular, o delicioso Amok - uma espécie de ensopado cozido na folha de banana que pode ser de peixe, frango ou camarão (meu favorito!) com curry verde, leite de coco e diversas especiarias que é simplesmente divino! Para encerrar a "sessão gula", não deixe de provar o café cambojano, de sabor forte e com cheiro de chocolate... delicioso!


Ok, voltemos aos passeios antes que eu desista de escrever e vá ali na cozinha...


Ir a Siem Reap é uma viagem no tempo às ruínas de templos hindus e budistas que contam a história do país e refletem a grandiosidade de seu passado. O mais famoso, Angkor Wat, é também o maior e mais bem preservado. Contudo, não deixem de conferir as várias faces de Buda no templo Bayon;  o Tah Prohm - com suas árvores loucamente "sentadas" sobre as ruínas; e o Beng Mealea - mantido praticamente da mesma forma que foi encontrado, sem restauração, o que lhe torna, além de único, o meu preferido! Os demais, infelizmente, terão que ficar para minha próxima viagem.














Tinha poucos dias e não podia ficar apenas nos templos, afinal, uma vila flutuante estava à minha espera! O caminho para pegar o barco já é um espetáculo à parte. Devidamente assentada num tradicional carro de boi, fui passeando por uma pequena vila tipicamente agrícola repleta de casinhas de palha e gente sorridente.


Em seguida era hora de conhecer a rotina da vila flutuante de Kompong Pluk. É fascinante e ao mesmo tempo estranho observar toda aquela mistura de casas, barcos, mercados flutuantes, esgoto e crianças tomando banho. Tudo numa mesma água, na maior naturalidade. Casa, prefeitura, lojas, delegacia, escola, templo...é toda uma cidade que funciona perfeitamente sobre a água. A despeito de todo o discurso - válido, diga-se de passagem - que possa surgir sobre a situação de pobreza ou de falta de higiene sanitária nessa região do planeta, confesso que a vila flutuante cambojana foi uma das coisas mais exóticas e interessantes que observei até agora em todas as minhas viagens. 






 Não somente pelos templos, vilas ou culinária vale a pena conhecer o Camboja. Mas também por sua gente, um povo bonito que, de forma gentil e sorridente, sempre está disposta a ajudar e a mostrar um pouco mais de seu país, contando sua história de glória, guerra e superação. 


See you, 


Fotos: Andrea Bessa

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Fui ali, volto já!

Eita que este fim de ano está agitado! Estou neste exato momento em Bangkok, capital tailandesa e considerada uma das 10 melhores cidades do mundo para se conhecer. Após cinco dias curtindo a loucura caótica deste lugar fascinante, parto daqui a pouco para a paradisíaca e famosa ilha de Phuket, para mais cinco dias de praia, sol e passeios mil!


Ou seja, assim que voltar para Cingapura, teremos posts quentíssimos com dicas e fotos da Tailândia! Isso sem esquecer a prometida resenha do Camboja - que, confesso, já ficou pronta. Mas viajei sem publicar! =(
Desculpem o esquecimento, prometo me redimir em 2012!

No mais, para quem fica, um ano novo maravilhoso, recheado de coisas boas, saúde, dindin, alegrias e, porque não, viagens!!!

Fiquem com Deus!

Besitos,

                                                                                                            Fotos: Google


sábado, 17 de dezembro de 2011

Novo ano velho.

Abri os olhos.

E estava ainda sonolenta da ressaca do ano novo. E de repente era meu aniversário e eu comemorava, estranhamente feliz, meus 30 anos. E jurava que aquele seria um ano marcante. E então eu comecei a trabalhar de novo e tocar diferentes projetos. E então fui ao cinema com as amigas para assistir aquela comédia romântica que estreou. E depois ele desembarcou e passamos mais 15 dias juntos. E aí peguei uma gripe pesada. E meu cachorro ficou doente...mas sarou logo! E meu pai se mudou para Fortaleza e começou a namorar - dessa vez sério! E ele veio com uma nova proposta de trabalho. E eu tinha que decidir se mudava ou não. E então eu precisei contar os dias no trabalho. E preparar a equipe. E tocar os projetos pendentes. E preparar a festa. E era doce e vestido e convites e local e buffet. E daí minha vó ficou doente. E daí minha irmã passou no mestrado. E se mudou. E daí minha vó piorou. E eu precisava sair do trabalho. E daí ele já tava longe. 
(e daí minha vó morreu.)
E eu precisava arrumar a documentação da viagem. E fazer as malas. E a prova do vestido. E definir o local da lua de mel. E fazer mil festas de despedida. E daí ele chegou. E tudo estava pronto. E daí casamos. E eu viajei para longe, muito longe. E foram despedidas e partidas. E abracei e beijei minha mãe. E eu comecei a viajar. Indonésia. Noruega. Camboja. Malásia. Cingapura. Brasil. E eu comecei a cuidar da casa. E ele voltou a trabalhar. E eu bato fotos e faço linhas mal traçadas que só meus amigos leem. 

E sinto saudade. E saudade. E saudade.

Fechei os olhos. 


Fotos: Google

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Você tem fome de quê?

"A gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte."


O fato é que, com ou sem poesia , sempre queremos mais que o suficiente, nunca queremos o que nos basta. Ainda que a letra da música nos inspire a querer sempre mais e melhor - o que em si mesmo não tem nada de errado, muito pelo contrário - até onde vai o limite do nosso desejo?

Lembro que quando era pequena eu desejava ser como meu pai, que para tudo tinha uma resposta e uma piada. Ou talvez como minha mãe, que era linda e tinha o mágico poder de sarar todas as minhas dores (e até hoje o tem...). 


Depois fui crescendo e descobrindo que, na verdade, eu queria ser como a minha professora, tão inteligente e respeitada. Que mais lhe faltaria? Em seguida não desejava mais ser ela, mas sim a menina mais bonita da classe. A que arrancava todos os suspiros e de quem todos queriam estar próximos! Aquela que não tinha apelidos, óculos, não era comprida demais e nem possuía um cabelo mais armado que carro de escola de samba.

Queria ser o outro, sempre. 

E foi assim durante alguns anos. Até o dia em que aceitei, de bom grado, ser eu mesma, já mais crescida, com formas mais gentis e agradáveis aos olhos. Era inteligente e tinha um bom humor quase ofensivo - ou defensivo, quem sabe.

Mas, mais uma vez, não era o suficiente. Para mim, não bastava ser apenas eu!

Tinha que adquirir habilidades, conhecimentos - natos ou não -, além de coisas materiais. Tinha que saber cantar como a Marisa Monte, fotografar como o Edward Weston, tocar um instrumento como o Hermeto, escrever como o Quintana, ter a grana do Bill Gates, entender tudo de cinema europeu e ser fã do Buñuel, discutir Foucault e saber de cor os poemas do Neruda...!!!

Mas é óbvio que não somos assim, é óbvio que não podemos ter nem ser tudo ao "mesmo tempo agora" e é óbvio que as falhas e incapacidades são parte daquilo que nos torna humanos. 

E foi isso que aprendi com o tempo, com os tombos que levei e com os muitos que ainda levarei. Não devemos e não podemos viver tentando ser o que não somos. Sempre teremos fome de algo a mais, uma fome insaciável que, se não for controlada, toma conta e contamina tudo de bom que conquistamos!

Hoje vivo um momento em que sou outra versão de mim, com diferentes prioridades, algumas habilidades recolhidas e outras novas louquinhas para surgir. 

E a minha fome? Ela continua lá. E que bom que ainda está viva! Mas o melhor de tudo é que ela não mais me controla.



Fotos: Google

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Chuva e churrasco...

Nem apenas de sol e céu azul vivem os dias de setembro na Noruega. Nosso próximo destino, Bergen, é considerada a cidade mais chuvosa da Europa. Sim, eu disse da Europa! Ou seja, mesmo sendo o melhor amigo de São Pedro, impossível não pegar sequer uma "garoinha" pelas ruas daquela que, durante muitos anos, foi a capital do país. Cercada de montanhas, Bergen é a segunda maior cidade da Noruega (perdendo apenas para Oslo) e uma tentação para quem gosta de artes, música, comidas e, para não perder o costume, museus.

Particularmente, fiquei mais encantada por Bergen do que pela própria capital. Talvez porque as paisagens, na minha modesta opinião, sejam mais bonitas. Mesmo tendo ares de capital, a cidade ainda conserva um charme quase interiorano, com casinhas coloridas "penduradas" nas montanhas e ruelas repletas de bares e cafés. 



Nossa estada em Bergen duraria apenas três dias e, logo na chegada à noite, fomos recepcionados por uma chuva que, conforme o bom e velho baianês, "comia no centro"! Tanto que para chegar ao hotel tínhamos que subir a pé uma ladeira, puxando uma mala pela calçada molhada e tentando não deixar a sombrinha virar do avesso, pois táxi não era uma boa opção financeira! Mas...vamo que vamo!

Por falar em hotel, ficamos no Bergen Travel Hotel, bem localizado no centro da cidade, perto de diversos restaurantes, museus, shoppings e a poucos metros das principais atrções turísticas.

Dica importante: não deixe a chuva ou o frio intimidarem você, Bergen é uma cidade gostosa de conhecer caminhando. Primeiro porque as distâncias são curtas e depois porque as paisagens são bonitas e devem ser apreciadas com calma. Apenas não esqueça de levar um bom casaco e uns dois pares extras de meias na mochila (para quando a chuva apertar).

Em Bergen, não deixe de visitar o Bryggen, bairro mais antigo e próximo ao porto considerado patrimônio da humanidade pela Unesco. O local é repleto de casinhas antigas e coloridas e abriga ainda o Bryggen´s Museum que conta a história do local, marcada por tragédias de grandes incêndios. No píer de Bryggen, não passe apenas pelas fachadas, entre em cada bequinho que puder, pois lá se escondem mais lojinhas, cafés e casas antigas.






Que tal uma vista diferente da cidade, do alto? Para isso, não deixe de ir ao Funicular e subir num bondinho até o topo da montanha Floyen, 320 metros acima do nível do mar. Já na subida você começa a ver paisagens incríveis, mas nada comparado às imagens do topo da montanha, de onde se tem uma visão ampla da cidade, mesmo numa tarde nublada como a minha.


A cidade ainda conta com atrações como o Aquário, o Mercado do Peixe, o Forte de Bergen e, claro, museus...muitos museus! Desde as tradicionais galerias de arte, passando por decoração, tecnologia e arquitetura antiga até o inusitado Museu da Lepra. Escolha seus preferidos e não deixe de visitar! 











De Bergen seguimos para nossa última parada, Trondheim - onde ficaríamos hospedados na casa de um casal de amigos brasileiros de meu marido. Foi apenas um fim de semana corrido, mas deu para notar que Trondheim também é linda, florida, colorida, limpinha e segura, assim como as demais cidades visitadas. 

Aproveitamos a manhã ensolarada de sábado (finalmente um pouquinho de sol após as chuvas "bergianas"!) para andar pela cidade, apreciar a famosa e imponente Catedral de Nidaros, passear pelos parques e desfrutar um almocinho num centro lotado de bares e restaurantes. À noite, fomos encontrar uns amigos num típico pub local, chamado Den Gode Nabo. Mesmo que você, como eu, não seja um fã de chopps e cervejas, a arquitetura do bar - que fica sobre a água - e os petiscos deliciosos valem uma visita!

No domingo aproveitamos a hospitalidade de nossos amigos e fizemos um programa típico de moradores, mas não tão comum para turistas: churrasco na praia, mesmo com o friozinho e um céu que insistia em nublar, foi uma experiência deliciosa! Além de matar a saudade de comer farofa, aproveitei a linda paisagem para fotografar um monte! Aliás, seguem algumas fotos de Trondheim.









Por fim, aproveitei minha última noite e a máquina de fazer waffles da casa do pessoal e me deliciei com dezenas de waffles regados à mel,  nutella e brown cheese! E foi neste clima caseiro que arrumei minha mala e encerrei meus 20 dias de passeio pela Noruega...

=)


Fotos: Andrea Bessa

domingo, 4 de dezembro de 2011

Que bacalhau, que nada!

Famosa no Brasil pela excelente qualidade de seu bacalhau, que já foi até tema de escola de samba na Marquês de Sapucaí, a Noruega possui muito mais qualidades e características incríveis que certamente farão sua viagem à Escandinávia valer a pena!
Durante os 20 dias que passei por lá, vi cenários incríveis e passei um friozinho daqueles - mesmo tendo pego o final do verão norueguês.

Nossa viagem começou em Oslo, com uma sexta ensolarada que nos permitiu passear pela cidade, ver as ruas do centro, as reformas no castelo real e tomar sorvete na beira do píer! Mesmo em se tratando de uma capital, Oslo tem um ritmo diferente, menos acelerado e mais contemplativo. As ruas não são lotadas, o trânsito não é caótico e os cafés e livrarias estão cheios de gente conversando, comendo algo ou fumando (como fumam...!). Meu marido disse que este é o ritmo europeu (e de Europa ele entende bem mais do que eu!). Nos dois dias seguintes fomos ao imperdível Vigeland Sculpture Park, ao tradicional The Viking Ship Museum, ao curioso Norsk Folkemuseum, à famosa National Gallery e ao ecológico National History Museum.

Aliás, deixe-me logo dizer uma coisa. Se você não gosta de museus, meu amigo, não vá à Noruega. Ou senão até vá, mas vá rapidinho! Museus noruegueses são atrações obrigatórias no roteiro de quem quer conhecer o país. São muitos e sobre os mais variados temas, permitindo que você conheça os diversos aspectos da história e da cultura norueguesa. Mas se você, como eu, é chegado numa visitinha a museus, sugiro comprar logo o Oslo Pass assim que chegar na cidade, pois ele te dá acesso gratuito aos meios de transporte público e a quase todos os museus. Encontrei passes semelhantes a este em outras cidades que visitei e normalmente a relação custo/ benefício vale a pena!

Algumas imagens saudosas de Oslo...


  
  







Em seguida, fomos para Tonsberg, cidade mais antiga da Noruega, onde passei o maior tempo da viagem (dez dias!), devido ao curso do maridão. Cidade pequena, litorânea e com cerca de 40 mil habitantes, Tonsberg parece uma cidade de boneca, repleta de casinhas coloridas, ruas estreitas e as crianças mais fofas da face da terra! A cidade deve bombar no verão, já que todos os guias mostram atrações como mergulho, pesca, corridas de barcos e um monte de gente de short num céu azul de verão! Infelizmente, não era mais verão e a badalação tinha ido embora juntamente com o calor.

Mas ainda assim deu para passear pelo píer, fotografar as cores, tomar café e caminhar um monte...em três dias tinha visto tudo! O principal museu da cidade, o Haugar, estava fechado para reforma (se você passar por lá, lembra de me avisar se é bom!), mas outro ponto turístico importante, não: as ruínas de um forte medieval. Lugar lindo, com uma bela vista de 360 graus para toda a cidade e de onde se vê um pôr do sol fantástico!




O bom é que Tonsberg fica pertinho de outras cidades bem legais como Sandefjord e Horten, de modo que dava para pegar o trem de manhã cedinho, passar o dia fora e voltar no fim da tarde, bem a tempo de um jantar a dois no pier! Claro que jantar todo dia não dá...aliás, a comida na Noruega é um capítulo à parte. 

Cara, caríssima! Ficamos muitos dias à base de sanduíches, pois este não é um país indicado para viagens gastronômicas. Não que a comida não seja boa (também não é lá essas coca-colas todas...), mas o preço é que é péssimo! Para se ter uma idéia, um jantar bobo, com uma pizza e duas bebidas, saía na faixa dos 50, 60 dólares. Água? 4 dólares. Bebida alcoólica então, era quebra de orçamento! Mas em 20 dias de viagem, é claro que uma vez ou outra cometíamos alguns excessos (ou exceções!).

De Tonsberg seguimos para os últimos dois destinos: Bergen e Trondheim. Por enquanto seguem mais algumas imagens de Tonsberg e cidades vizinhas.
















Ah...e o bacalhau? Na verdade não encontrei nenhum por lá. O bacalhau deles é produzido para exportação e as receitas deliciosas ficaram mesmo com nossos patrícios portugueses.


Fotos: Andrea Bessa